A Condição Humana. A natureza, as artes, as mulheres e também...os homens.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Há vida em Marte?

Porque se houver, vou-me mudar para lá!
Como boa marciana e por muito que me tente conectar com os terráqueos não está a ser fácil....
Hoje ao tentar fazer a minha ligação matinal ao grande irmão, salta-me pela rádio uma voz familiar que anunciava o fim das negociações com "o mais citado" e entre um i-qualquer coisa, cortes e aumentos, fui-me perdendo na paisagem da minha infindável paixão e paz, quente, solarenga e muito aromática. De repente liguei-me às suas cores fortes, ao verde, ao amarelo, ao branco e ao lilás. Só voltei a acordar quando ouvi um i-qualquer coisa, desta vez com um mi no fim, até porque o tópico me interessava. Entre as vacas que pastavam por ali, algumas aves que rapinavam e duas cegonhas, percebi por fim que por ali circulavam outros seres que, tal como eu, pensei: estaríam ou não concentrados no nosso interlocutor? "Hum, não me parece!" e desliguei novamente.
Na segunda tentativa de ligação ao mundo da realficção, desta feita já o sol estava e bem posto, decido espreitar a Terra e por cá tudo na mesma...ou melhor tudo de vento em pôpa! Graças, pasmem-se - ao Futebol. "Isto hoje está impossível!" Pensei, assim não aguento.  Para mim, que sou uma espécie de futebolofóbica, que à pála da Game Box fazia, na época passada, uma terapia de choque quinzenal em Alvalade (amor a quanto obrigas!) as sucessivas tentativas de auto-ajuda não estão a resultar. Prefiro ainda assim manter alguma convicção e sou, portanto, uma fã muito discreta do Benfica. Claro que tudo começou graças ao meu querido pai benficodependente, estes processos começam sempre com um trauma, que sempre que eu lhe pedia, ainda menina, para ir ver o Glorioso me respondia: "Aquilo não é para meninas...", facto que eu podia confirmar quando via no dia seguinte as cargas policiais na TV, esse posto de controlo (estou a falar dos anos 80 ainda estavamos em vias de...). Assim fui-me conformando com a minha condição, tendo no entanto e a propósito passado de benfiquista a feminista em três tempos. E entre sucessivas desilusões e uns quantos traumas (e alguns com consequências felizes que lançam desafios à Psicologia para, pelo menos, os próximos cem anos) optei por nem sequer arriscar a ligar a caixinha mágica nesse dia.
Mas aquilo que me interessa, no meio deste marasmo e de um dia de crucial importância para o país é como é que os meios de comunicação social fecharam o dia com a Vanglória do Futebol. E perceber a importância "pública" do futebol, ou melhor perceber o que queremos para o nosso futuro, como o pensamos ou estaremos tão parados na esfera política que só nos resta " Panem et circenses".  Por muito prestígio que o futebol dê ao país na Europa, porque temos duas equipas no final da liga e é caso para dizer, depois disto tudo, e em bom alentejano: Heeeicchhh! Ganda Coisa Esta!
Quem pagará esta conta?
Mesmo em vão deixo este apelo: volta troika e negoceia o fim do futebol para todos e todas as portuguesas.

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