A Condição Humana. A natureza, as artes, as mulheres e também...os homens.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sobre a(s) certeza(s)

Todos temos incertezas, fazem parte da nossa vida, temos de aprender a viver com elas...as incertezas representam o grau da nossa consciência sobre o mundo que nos rodeia. Quantas mais e mais profundas, tanto melhor...
As certezas são para quem ainda está muito iludido ou mesmo alienado!

segunda-feira, 27 de junho de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Funny, just when you think you've got all figured, in a heartbeat...changes again
Bill Pullman The End of Violence

terça-feira, 21 de junho de 2011

Viva a Presidenta!

Hoje fez-se história porque, pela primeira vez na trajectória de uma velha república mas jovem democracia, uma mulher foi eleita para o cargo de Presidenta da Assembleia da República, é caso para dizer mais vale tarde do que nunca!


Os senhores deputados da Assembleia da República estão de parabéns, votaram com uma larga maioria Assunção Esteves para o cargo de Presidenta da Assembleia da República.
Eu que anseava por este desfecho, uma mulher "forte" para este cargo, fiquei naturalmente feliz.
A sua eleição pode ser inspiradora para muitas mulheres, porque precisamos de reforçar a democracia e acima de tudo amadurece-la.
A mim inspirou-me e quase chorei de emoção ao ouvir uma parte do discurso na rádio...
Mas uma mulher não chora, isso todas sabemos!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A cultura

A cultura é um património universal da nossa civilização, a cultura é um caminho para a liberdade e um direito universal de pertença a um colectivo maior a HUMANIDADE!
Inspiro-me nas reflexões do alentejano Bento Jesus Caraça, Professor universitário e matemático, sobre o papel da cultura, consciência e liberdade.
'A aquisição da cultura significa uma elevação constante, servida por um florescimento do que há de melhor no homem e por um desenvolvimento sempre crescente de todas as suas qualidades potenciais, consideradas do quádruplo ponto de vista físico, intelectual, moral e artístico; significa, numa palavra, a conquista da liberdade.
E para atingir esse cume elevado, acessível a todo o homem, como homem, e não apenas a uma classe ou grupo, não há sacrifício que não mereça fazer-se, não há canseira que deva evitar-se. A pureza que se respira no alto compensa bem da fadiga da ladeira.(...) o que não deve nem pode ser monopólio de uma elite é a cultura; essa tem de reivindicar-se para a colectividade inteira, porque só com ela pode a humanidade tomar consciência de si própria, ditando a todo o momento a tonalidade geral da orientação às elites parciais.
Só deste modo poderá levar-se a bom termo a realização daquela tarefa essencial que atrás vimos ser o problema central posto às gerações de hoje - despertar a alma colectiva das massas.'

A cultura atingiu patamares de diversificação quer dos meios, a partir de novas tecnologias, quer das finalidades, por exemplo de lazer, que se tornou difícil de apreender enquanto expressão da alma colectiva.
Aquilo a que assistimos hoje, infelizmente, é ao domínio de uma cultura "light", mais consumível, que ocupou o lugar quer do património da cultura universal quer da produção de novas manifestações culturais e artísticas. Ao que parece a canseira da subida da ladeira deixou de compensar, hoje é tudo muito imediato e a cultura não é pão para a boca.
A cultura "light" é hoje um instrumento de alienação, uma servidão consentida e consensual; esta cultura é incapaz de criar solidariedade, consciência e de formar na liberdade do espírito.
A cultura pode ser a estética de uma época nas suas mais variadas expressões artísticas, ela é dinâmica e cumulativa ao mesmo tempo. Ela tem raízes fortes num determinado espaço e num determinado tempo, mas enquanto património colectivo passa para o referencial de diferentes épocas e de diferentes gerações.
O que mais importa é perceber se a cultura perdeu a sua função socializadora, não quero especular muito mas vou arriscar no não. Por isso defenda-se a cultura universal enquanto bem público a nível local e global!

domingo, 19 de junho de 2011

Ilha Deserta

Hoje queria estar na praia, como qualquer bom cristão, como não posso, fico-me pela imagem....
Esta tirei-a na Ilha Deserta em Faro, para quem pensa que o Algarve em Agosto é só confusão, fica aqui a prova do contrário...foi só o melhor dia de praia do ano passado!
A Ilha de Tavira também estava muito boa, mas tinha mais gente...
A água estava suficientemente quente para eu querer voltar lá este ano.
Com a vantagem de que se tudo correr bem, uma boa parte do areal pode ser aproveitado para a prática de naturismo...
"Os Verdes" apresentaram no ano passado um projecto lei para permitir aos munícipios o ordenamento das praias para a prática de naturismo (ainda há partidos que fazem propostas decentes), uma boa maneira de potencializar os quilómetros de praia do nosso país, basta para isso diversificar a oferta turística, que a nossa economia até agradece.
Até 2010 só seis praias no sul de Portugal contavam com este estatuto oficial, o que é importante em termos de qualidade e segurança para quem pratica, principalmente quando uma boa parte desses praticantes são turistas com algum nível de exigência e que valorizam um mínimo de ordem...
Então que se modernizem as praias!



quinta-feira, 16 de junho de 2011

Serás sempre o meu herói!

Como qualquer criança e adolescente que levou com o pop, o kitsch e toda a propaganda americana nos anos 80, o meu super-herói só podia ser este. Aos oito anos gostava dele porque não era um gabarolas, era forte e lindo. Aos treze achava que voar nos braços dele sobre Nova Iorque devia ser mesmo romântico. Aos dezoito já o tinha trocado há algum tempo pelos namorados e pelo Bart Simpson. Aos vinte e três começei a trabalhar, entrei na era feminista e deixei de acreditar em super-poderes!
Agora, com trinta e três anos, reconheço que ele teve e tem uma importância fundamental enquanto referência masculina, o super-homem e o homem-ideal são uma e a mesma coisa! O homem perfeito é corajoso, discreto, descontraído, inteligente, perspicaz, franco, honesto, justo e altruísta, mas claro só existe na ficção, que é o mesmo que dizer nos meus sonhos!
A única diferença é que o super-homem ainda me consegue surpreender ao fim destes anos todos.
O Super-Homem que já estava suficientemente globalizado, decidiu agora aderir a uma ética global e descartar o patriotismo que o caracterizava.
O Super-Homem anunciou recentemente, num cartoon note-se, que vai renunciar à cidadania americana, não podia ser mais perfeito. Mas depois de alguma polémica a verdade nua e crua "Este reposicionamento faz sentido do ponto de vista comercial, em vésperas da apresentação em Hollywood de mais um filme do Super-Homem que depende, e muito, das receitas de bilheteira internacionais".
A colonização cultural americana reveste-se hoje de uma nova roupagem até porque, nas diferentes esferas, poucos sabem quem pertençe a quê. Outra conclusão o dinheiro é quem mais ordena...
Aos homens, de carne e osso, resta-lhes o consolo de que a perfeição não existe, nem para os super-heróis!

sábado, 11 de junho de 2011

Livres e deprimidos ou iguais e oprimidos?

Estes dois valores, igualdade e liberdade, são difícieis de conciliar e foram paulatinamente esquecidos. Quando a sua visibilidade era maior chegaram a ser considerados como irredutíveis, mas mais tarde um deles tomaria a dianteira do outro.
Não arrisco pegar numa balança e pesar os dois e não sei se um é mais importante que o outro, nem se um excluí o outro, mas confesso-me apaixonada pelos dois!
A liberdade tornou-se, no século XX, um valor central de qualquer democracia, já a igualdade reside, no início do Século XXI, apenas no imaginário de utópicos e idealistas. Um dos mais conhecidos liberais, Milton Friedman, pugnaria pelo primado da liberdade sobre a igualdade. (Como se esteve nas tintas para os efeitos da liberdade na comunidade humana aos que acreditaram nos seus ditames resta esperarem sentados!)
Mas é a relação da liberdade com a auto-determinação individual que mais me fascína, qual o seu efeito?
Terá sido esta preocupação que levou Kierkegaard a escrever "anxiety is the dizziness of freedom", que será o mesmo que dizer que a ansiedade é a vertigem da liberdade.
Kierkegaard, como bom filósofo do seu tempo, socorreu-se de uma metáfora, a do precipício, afirmando que se eu estiver à beira do precipicio posso sentir vertigens e terei o medo imediato de cair, mas terei uma sensação ainda mais profunda de tontura originada pela liberdade absoluta que tenho para decidir se vou cair ou não. Este filósofo avançou com um conceito de ansiedade como um impulso para a tomada de consciência (auto-consciência) sobre os nossos actos, que têm entre outras uma dimensão moral. É essa vertigem, que nos fará ponderar sobre as decisões que conduzem as nossas vidas e que nos tornará assim mais responsáveis pelo nosso destino.
A respondabilidade e consciência individual são importantes, mas não estamos habituados a estar sós no precipicio, será por isso que geramos uma ansiedade do tipo colectivo?
Percebemos que a ansiedade-tontura de Kierkegaard não é igual à ansiedade do Prozac, mas poderá ser um bom substituto, assim haja consciência! Mas se no precipício é fácil no dia-a-dia não será tão evidente, será por isso indispensável a igualdade?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Lógica, pois, pois...

No outro dia estava a ouvir a banda sonora do "Magnólia", ouvi isto e acho que tem tudo a ver com este estado de nonsense, que me acontece recorrentemente nos últimos meses e quase sempre à noite. O sucesso desta música é, entre outros motivos, a sua adequação face a uma multiplicidade de contextos e situações, mas o que importa é que a mim, neste estado de alma, assenta-me que nem uma luva!
E a pergunta é: porque é que eu me meti nisto? Não teria nada mais interessante para fazer? Só espero que não ou então que isso, seja lá o que for, possa esperar....


Para já decidi que, apesar da vontade de ir a alguns festivais, não vou...isto pode esperar!

domingo, 5 de junho de 2011

Humor Alentejano

Depois da gastronomia, da qualidade do ar (atmosfera e ruído) e das suas gentes, se há coisa que também devia ser certificada é o humor alentejano!
Encontrei no FB e achei delicioso...

A RAÇA DO ALENTEJANO

Como é um Alentejano?
É, assim, a modos que atravessado.
Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....
E também não é bem judeu, nem bem cigano.
Como é que se há-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão.

Dos amarelos, herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie";
dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;
dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas;
dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos;
dos ciganos, a esperteza de enganar os outros, convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós;
dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto;
e dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.

O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada.
Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus:
nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?
Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que
«as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».
E já imaginaram o que seria o mundo governado por um Alentejano?

ERA UM DESCANSO...
(Por João Matos)

Apesar de carregado de estereótipos e alguns preconceitos achei brilhante! E já agora, porque é Domingo e estou desligada, quero lá saber dos estereótipos e dos preconceitos, conhecem maior preconceito que aquele "Os alentejanos são preguiçosos!". Eu não e sou alentejana!
Aqui vai mais um, este mito foi inventado, com toda a certeza, por um urbano-depressivo perturbado pela falta de qualidade do ar, da acústica e mau humor das gentes da cité, seria mais adequado city, foi mais um lapso!
Temos espaço de sobra e não nos importamos de ser novamente mestiçados, desta feita por urbano-depressivos em terapia! Até porque já temos alguns...
Aos urbano-depressivos e aos urbanos em geral, não lhes reconheço muitas qualidades...(foi só o último preconceito do dia, espero até que dos próximos dez anos).

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Que orgulho!

A dobrar, a triplicar...

O prémio atribuído ontem a Eduardo Souto Moura, em Washington, confirma a qualidade da arquitectura portuguesa, não é por acaso que a Arquitectura é uma das áreas de ensino mais em voga no nosso país. Como escreveu Judith Blau sobre os arquitectos norteamericanos "Muitos são os chamados; poucos os eleitos!".
Até porque somos repetentes, Siza Vieira, foi o primeiro arquitecto português a receber este prémio, em 92. Confesso que conheço melhor a obra de Siza do que de Souto Moura, nada mais natural atendendo a razões de ordem cronológica.
Sou uma apreciadora desta expressão que, combinando arte e técnica, é uma excelente indutora de bem-estar humano.
A cidade de Portalegre tem, desde 2008, uma obra de Souto Moura- a Escola de Hotelaria e Turismo, esperamos que passe a ser, entre outros, um dos atractivos da nossa cidade, capital do norte alentejano. Esta é de facto uma obra que se distingue e destaca, pela positiva, na paisagem, de tão bem enquadrada, lembro-me do impacto que teve em mim a primeira vez que a vi. Hoje passei lá e a sensação foi a mesma, não podemos deixar de reparar porque é ao mesmo tempo depurada, elegante e distinta. Enfim pura estética, porque é tudo isto mas não compete com a paisagem, antes a enaltece.
Ainda não tive disponibilidade para visitar a Casa das Histórias, em Cascais, mas este ano vai fazer parte do meu roteiro de férias.

É caso para dizer que nesta arte não me importava de habitar e como considero que a arte não se pode possuir, habitaria uma das suas obras sem necessidade nenhuma que ela se tornasse minha propriedade!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Matar o tédio!

Finalmente uma grande notícia para quem gosta de matar o tédio com arte, mas está consciente que a arte, que é indispensável ao bem-estar humano, se converteu irremediavelmente num luxo.
Se ao mesmo tempo considero que a arte não se deve ou nem pode sequer possuir, ela é um património de todos, sei que o acesso a alguma arte é caro, tornando-se por isso restrito.
Mas um projecto que estava a ser desenvolvido já há algum tempo dá-nos hoje a possibilidade de visitar virtualmente, sem custos adicionais, vários museus, chama-se Art Project e está a ser divulgado a partir daqui.
Tem desvantagens, claro, para quem gosta de sentir a espiritualidade de um museo ou de um templo, não é a mesma coisa, mas também sabemos que é diferente ler um romence ou ver um filme romântico e viver uma paixão avassaladora! É como em tudo há vantagens e desvantagens.
Duas vantagens: é acessível e mata o tédio!
É caso para dizer a tecnologia ao serviço da nossa sanidade. É isso mesmo, uns minutos de higiene mental são fundamentais para a sanidade feminina.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Dia da Criança...

E só me ocorre isto...



A criança que há em mim vê sempre tudo pela positiva.

É melhor cantar...


Eu vi um sapo
Um feio sapo
Ali na horta
Com a boca torta

Tu viste um sapo
Um feio sapo
Tiveste medo?
Ou é segredo?

Eu vi um sapo
Com guardanapo
Estava a papar
Um bom jantar

Tu viste um sapo
Com guardanapo
E o que comia?
E o que fazia?

Eu vi um sapo
A encher o papo
Tudo comeu
Nem ofereceu

Tu viste um sapo
A encher o papo
E o bicharoco
Não te deu troco

Eu vi um sapo
Um grande sapo
Foi malcriado
Fiquei zangado

Tu viste um sapo
Um grande sapo
Deixa-o lá estar
Vamos brincar.

Não resisto ...é uma doçura!