A Condição Humana. A natureza, as artes, as mulheres e também...os homens.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O Teatro na Prisão

O reconhecimento do eu pressupõe um trabalho que pode passar pela expressão dramática, ao possibilitar o sentir e expressar de diversas formas os mesmos sentimentos, até então apaziguados, quantas vezes da pior maneira, o teatro permite também sentirmo-nos úteis e criarmos canais de comunicação.
O documentário “Shakespeare Behind Bars”(Hank Rogerson e Jilann Spitzmiller) revela-nos que os reclusos são bons actores, através da preparação e ensaio da peça “A tempestade”, os reclusos vão-se identificando com os personagens, vão reconhecendo porque cometeram um crime e perceber o que podem fazer para voltar à sociedade.
A prisão de Luther Luckett no estado americano de Kentucky, é um exemplo de excelência na reinserção de reclusos, o programa teatral faz parte dos programas educativos. Por cá passou recentemente um pequeno documentário na televisão, no programa Linha da Frente: “Presos ao Palco”, sobre o teatro na prisão.
O trabalho voluntário do encenador é extraordinário, ao referir que não está ali para julgar os reclusos, pois estes já foram julgados pela sociedade e pelos tribunais. Para ele, Shakespeare está mais actual do que nunca porque permite trabalhar o comportamento humano na sua totalidade, as fraquezas, as forças, o bom, o belo, o gentil, a ternura, a generosidade, mas também o mau, medíocre, lamentável, enfim o crime, tão humano e tão imperfeito…
Entre a vingança e a virtude? Qual o melhor caminho a revolta ou a redenção?
Os dois diríamos…
 


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