Um ano que termina como começou, porque é assim que deve ser, com o Doc Lisboa.
O festival que tem sido um sucesso, que já tem muitas sessões esgotadas, infelizmente só posso ir a três e comprei bilhetes com antecedência.
Apesar da crise nem tudo acabou! Há vida para além da crise!
Se vi bons filmes, claro que sim!
Se a realidade que nos apresentam, apesar de questionável, consegue ser sempre tão fastidiosa valha-me o olhar de alguns realizadores que me inspiram.
Os mais divertidos...(para mim foram-no porque além de boas sátiras foram excessivamente "sociais")
Em Mammuth Depardieu interpreta um pré-reformado que na tentativa de juntar as provas dos seus descontos vai regressar ao passado para refazer a sua trajectória ocupacional precária e desqualificada. Ao encontrar a sobrinha neo-hippie descobre uma razão para ingressar na universidade.
Soberbo é o famoso sistema corporativo francês, já que só lhe faltavam uns pontos para se poder reformar, mas em resposta às falhas do rigoroso sistema surgem as artimanhas que a sobrinha e o seu falecido pai, irmão de Depardieu, encontraram para contornar o bendito sistema.
Mas também tem um lado menos divertido, o espirito da bela namorada que assombra Depardieu e que morreu num acidente de mota, este filme foi dedicado à memória do filho de Gerard que morreu com apenas 37 anos.
A Igualdade dos Sexos uma crítica aos vícios do sindicalismo, que acompanha as reinvindicações de um grupo de trabalhadoras da Ford, em Inglaterra, quando descobrem que são consideradas não qualificadas. As mulheres responsáveis pela produção dos bancos não se conformam e param a produção, só de um sector (quase impossível hoje em dia já que a produção está tão segmentada, espalhada pelos quatros cantos do mundo) exigindo a participação nas negociações do sindicato.
Mas a luta destas mulheres estende-se até casa porque a maioria dos maridos (breadwinners) estavam nos outros sectores masculinos...para os quais os sindicalistas tinham negociado melhores condições de trabalho.
(Se não fosse pelo filme teria sido só pela sala, porque valeu a pena ir ao Atlântida Cine, em Carcavelos, pela primeira vez para ver este filme. Tivémos direito a intervalo, campainha e luzes!)
Desta série, dos mais divertidos, adorei "A dondoca". A história da menina burguesa que afinal é uma mulher de armas, que destrona o marido da gestão da fábrica, que ela herdou do pai, para modernizar a produção. Claro, com a ajuda dos filhos! A filha que me desculpe mas só me lembro do belissímo Jérémi Renier.
Oh, o Terrence Malick e o Woody Allen que me desculpem, nem é nada contra os americanos mas gostei mais dos franceses pelo menos neste género! Eles devem se estar nas tintas para o que gostamos desde que ganhem os awards ou oscares....ou lá o que é aquela cerimónia impostantíssima...nem durmo nessa noite!
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