O mundo fascinante das crianças leva-nos a interrogar muitas vezes o que sabemos ou julgamos saber sobre a vida, mas sobretudo para aqueles que tem o privilégio de vivenciar ou acompanhar o seu crescimento e desenvolvimento mais de perto, a ver o mundo com outros olhos. Mas para isso é preciso uma boa dose de coragem, para tirarmos os nossos óculos e lentes riscasda e vermos com as suas minuciosas lupas.
Há poucos dias enquanto o meu namorado tentava convencer a minha sobrinha, pela centésima vez, de que o Sporting é o melhor clube português, a petiz respondeu-lhe como sempre com o seu clubismo benfiquista. Ao que o meu namorado respondeu que os leões são mais fortes, mas a minha sobrinha sabe que as àguias dominam e respondeu "A àguia voa e pica o leão!". A minha sobrinha considera o argumento : "As meninas bonitas são do Benfica e os meninos maus do Sporting!", que lhe tentei ensinar para responder ao meu namorado, pouco adequado ou muito complexo. Das duas umas ou não nos acha particularmente bonitas ou não acha o meu namorado mau (sim, porque é que eu havia de me apaixonar por alguém mau???), ou apenas como bem me avisa tantas vez "Isso é ridículo madrinha!".
O meu namorado é que ainda não estava satisfeito continuava a argumentar com uma menina de cinco anos sobre a sua paixão pelo Sporting e quando parecia que ía levar a melhor...a minha sobrinha lança o seu maior trunfo " Olha e eu vou ser mãe!"
É perfeita a sensibilidade da minha sobrinha para a superioridade das mulheres...Claro que a minha sobrinha já fez uma incursão pelos feminismos, quando a minha irmã decidiu comprar-lhe um livro brilhante de introdução à emancipação feminina "A princesa espertalhona".
Mas pensei eu para comigo o que é que se passa na cabeça da minha querida afilhada? Nada que qualquer psicologo do desenvolvimento não consiga explicar e bem, pois a minha sobrinha acabou de fazer 5 anos e por mimetismo ou não resolveu apropriar-se recentemente do papel de mãe e informar toda a família.
É bom e saudável e agora afirma que não pode sair de casa porque tem de cuidar do bébé, pode ser até um bom treino de altruísmo que falta tanto às crianças e jovens das nossas sociedades, mas é importante colocar um limite.
Assim parece-me apropriado que na minha qualidade de tia e madrinha dedique algum tempo a trocar a reprodução humana por miúdos" à minha sobrinha. Vou aproveitar um livro que comprei no ano passado para abordar este tema tão interessante e que por coincidência é mesmo para crianças dos 5 aos 7 anos.
De Thierry Lenain e Delphine Durand "A Joaninha quer ter um bebé", da Dinalivro.
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