Quando estive em Sevilha no ano passado pude ver máquinas e obreiros atarefados que erguiam uma enorme estrutura de madeira suspensa sobre a Plaza de la Encarnácion. Aí fiquei especada a olhar para o monstro de madeira e a especular se iría ser substituída por betão. Bem se vê que não percebo nada de arquitectura, de tecnologia e muito menos de estruturas sustentáveis.
Um ano volvido e o monstro daría lugar a um impressivo princípe, o Metropol-Parasol. Não arrisco chamar-lhe belo, até porque gostos não se discutem, mas sem dúvida que é impressivo.
Um ano volvido e o monstro daría lugar a um impressivo princípe, o Metropol-Parasol. Não arrisco chamar-lhe belo, até porque gostos não se discutem, mas sem dúvida que é impressivo.
O projecto para o Metropol-Parasol de Sevilha foi lançado em 2004 e só foi inaugurado em Março deste ano, mas esteve sempre envolto numa enorme polémica, parece que a controvérsia é mais estética, portanto ligada ao gosto, do que prática, associada à sua funcionalidade.
Esta estrutura, apelidada pelos locais de cogumelos (setas), preencheu um espaço central desta cidade trazendo mais e melhor vida para um pólo arqueológico e histórico. É óbvio que as cidades precisam também de espaços mais desafogados e verdes, mas quando as vistas desafogadas só nos oferecem uma balbúrdia de carros mal estacionados, trânsito caótico e prédios desalinhados e revoltos, então precisamos de beleza, é isso que a arquitectura nos pode oferecer nestes casos.
A primeira vez que vi estas estruturas foi em clarke quay em Singapura, eram de ferro e acrílico e como à noite estavam iluminadas com leds formavam um cenário muito moderno e ideal para os notívagos que deambulavam pelos bares.
No caso do Parasol o efeito waffle torna-o tão apetecível e a sua tridimensionalidade contrasta com a monotonia da arquitectura local, para animar uma paisagem urbana deprimente é preciso cortar com as retas e a tradição.
Gostava de ver uma estrutura destas em Portugal, como no alentejo só poderei vê-la em sonhos, já a começo a imaginar em lisboa, naquelas avenidas, praças e pracetas pombalinas, que têm tanto de racionalidade como de bafiento ou a engalanar as ruínas da bela colina de alfama ao castelo.
Uma das funcionalidades principais do Parasol era fazer sombra, e sabemos como ela é importante no caliente sul da península, no entanto acabou por gerar polémica suficiente, conquistando uma segunda funcionalidade, a atracção de turistas. Sevilha vai continuar a criar novos projectos numa rota de competição que pretende fazer sombra às melhores capitais do turismo europeu.
Uma das funcionalidades principais do Parasol era fazer sombra, e sabemos como ela é importante no caliente sul da península, no entanto acabou por gerar polémica suficiente, conquistando uma segunda funcionalidade, a atracção de turistas. Sevilha vai continuar a criar novos projectos numa rota de competição que pretende fazer sombra às melhores capitais do turismo europeu.
Como em Sevilha entre a tradição e a modernidade também nós precisamos de um grande dose de audácia!
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