A Condição Humana. A natureza, as artes, as mulheres e também...os homens.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Redenção

Vozes do mar, das árvores, do vento!Quando às vezes, n'um sonho doloroso.Me embala o vosso canto poderoso,Eu julgo igual ao meu o vosso tormento...
Verbo crepuscular e íntimo alentoDas cousas mudas; salmo misterioso;Não serás tu, queixume vaporoso,O suspiro do mundo e o seu lamento?
Um espírito habita a imensidade:Uma ânsia cruel de liberdadeAgita e abala as formas fugitivas
Eu eu compreendo a vossa língua estranha,Vozes do mar, da selva, da montanha,Almas irmãs da minha, almas cativas!
IINão choreis, ventos, árvores e mares,Coro antigo de vozes rumorosas,Das vozes primitivas, dolorosasComo um pranto de larvas tumulares...
Da sombra das visões crepuscularesRompendo, um dia, surgireis radiosasD'esse sonho e essas ânsias afrontosas,Que exprimem vossas queixas singulares...
Almas no limbo ainda da existência,Acordareis um dia na Consciência,E pairando, já puro pensamento,
Vereis as Formas, filhas da Ilusão,Cair desfeitas, como um sonho vão...E acabará por fim vosso tormento.
Antero de Quental in "Sonetos"

sábado, 14 de abril de 2012

Os amores trágicos

"Nesse aspecto sou muito Camiliana, não vejo nada o mundo assim, e fascinam-me imenso as pessoas que mergulham nos amores impossíveis, ou possíveis mas dificílimos de viver. A piscina cheia do nosso futuro sangue e mergulhamos nas calmas. Adoro isso." Teresa Villaverde


Ah! Como me fascinam as pessoas que dizem o que pensam e não o politicamente correto, das últimas estou farta!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O paraíso aqui tão perto

Quando estudei, porque hoje trabalho-estudo, e sei que nada é como quando só estudamos. Até me soava a idiotice a mensagem do: "aproveita agora enquanto estudas!". Na altura ocupava-me com mil e uma coisas, mas eram todas, mas todas, só o que eu queria fazer e o que me dava na telha!.
Precisava de (re)energizantes e felizmente tinha uma prima que tinha a mesma necessidade. E desses rituais do que tenho saudades é das nossas fugas para Sesimbra, Arrábida, Meco, Fonte da Telha e até mesmo para a Costa, Sempre para a margem esquerda!
Hoje estive a recordar um dos dias, em que fomos parar à Cova do Vapor, aquele recanto é um sítio mágico. No ano passado quando vi o "Cisne" da Teresa Villaverde, que foi filmado lá, fiquei ainda com mais vontade de lá voltar. Só hoje tive a certeza que quero habitar lá, por uns tempos, e a minha alma de itinerante pode ser tão feliz ali!

Há alguns meses descobri esta notícia, sobre arquitectura biológica, e que é muito adequada à valorização que este paraíso merece. Apostar no desenvolvimento deste recanto é uma necessidade, espero que algum mediatismo para aquela zona seja acompanhado da necessária contenção.(Vou aproveitar enquanto esta palavra ainda não foi proibida) Ou melhor, de moderação (Outra palavra difícil para os portugueses).

A maioria das pessoas que conheço em Lisboa ou não conhece ou deve achar demasiado "out".
Ainda bem, há sítios que só são mágicos pelas pessoas que os habitam.
A cova do vapor é uma vila piscatória, ou se preferirem um bairro popular e suburbano, mas quem por ali habita desfruta com certeza de uma das melhores paisagens da foz do Tejo.


Para quem se interessa pelos temas "mais quentes" da Cova do Vapor, outra notícia. Ora aí está: "Aqui ninguém tem medo do mar, ..., medo temos é das decisões políticas". É assim mesmo, daqui ninguém nos tira!

Isto não é um guia, nem roteiro turístico, eu não tenho qualquer intenção comercial e não ganho à comissão, mas já lá comi uns petiscos deliciosos numa associação.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Derrotada

Se há alguém que se consegue esgotar a si própria, essa pessoa sou eu! Sei que sou cansativa, mas tanto a ponto de me esgotar?
Acabo de descobrir o programa do Indie, que na minha ânsia cinéfila devorei em três tempos. Faço planos e...imaginem o ridículo*, aponto os dias na minha agenda. Sim, eu tenho uma agenda, que não serve para trabalho, porque desse não me esqueço nem a dormir, não me deixa nem descansar ultimamente. A tal agenda serve ou melhor serviria para planear os meus momentos de pura recreação.
Raramente olho para essa agenda, porque quando olho, dá-me vontade de chorar. O que certamente é outro sintoma da "depressão que me anima". Mas esta ansiedade é que me preocupa e que alimento com a crença de que nos dias x, y, z e w, vou ter liberdade para fazer o que me der na telha.

Já agora há algum dia na nossa vida, e curta existência, em que deixamos de querer ir a todo o lado, fazer tudo e ter tudo ao mesmo tempo?








* Expressão favorita da minha sobrinha, e desconfio inspirada pelo "Isso/Isto é ridículo!" da hiperirritante Hannah Montana. Há dias em que me sinto uma madrinha/tia hiperculpada, talvez por querer fazer tudo ao mesmo tempo.